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"Os anos 1960 e 1970 foram marcados pelo rebuliço contracultural:a defesa de novas formas de luta e transformação cultural e social, pautadas no prazer e na urgência do presenteísmo. É recorrente a ideia de que o movimento da contracultura, de certa forma,“atualizou” alguns princípios anarquistas, principalmente no que tange à perspectiva de revolução desatrelada de governos e instituições. O ideário contracultural, e seu revisitar a antigos princípios anarquistas, acabou por influenciar os mais variados campos e áreas do conhecimento ao redor do globo nas décadas de 1960 e 1970, assim como nas décadas subsequentes. Um desses campos é o das “terapias alternativas”, que se opunha à medicina, à psicanálise e à psicologia convencionais, ao buscar formas “alternativas” de promoção da saúde, compreendida como não apenas bem estar físico, mas também emocional, psicológico e espiritual. Para Roberto Freire, criador da Somaterapia no Brasil, a terapia deveria visar também à transformação política e social, através de uma práxis de vida e de luta anarquistas. Compreendemos a Somaterapia, uma técnica terapêutica de pretensão anarquista e científica desenvolvida por Roberto Freire na década de 1970,como oriunda deste cenário contracultural e intimamente conectada a esse revisitar dos princípios anarquistas e ao contexto de emergência e expansão das chamadas “terapias alternativas”.Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior, na qual procuramos compreender como surgiu e se desenvolveu a Somaterapia a partir do ideário contracultural dos anos 19701. O objetivo central da pesquisa foi buscar compreender como se deu esse surgimento e quais suas relações com a Contracultura, procurando analisar ainda as relações com as demais terapias alternativas emergentes no período e a articulação de um discurso científico em torno da Somaterapia. Este artigo trata-se, portanto, de uma reflexão subsequente a esta pesquisa, no qual analisamos com maior afinco como a categoria protomutante na obra de Roberto Freire relaciona-se com sua técnica terapêutica e seus ideais de anarquismo e revolução social. "
FONTE: https://revistas.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/view/rlah.v7i19.910
FONTE: https://revistas.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/view/rlah.v7i19.910
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